sexta-feira, 19 de maio de 2017

colagem



Uma viagem
Acendo meu incenso
A fumaça dança no ar
Corpos remexendo no espaço tempo
A física quântica não explica
Implico com o nada pra compreender o tudo
O resto é elétrons
Magnetizando as massas
Cinzentas , urbanas , rurais
Hemorrágicas as mulheres dançam a luz da deusa lua
Cruas em pele
Carnes folhadas de desejos
A fogueira transmuta as serpentes
Asas      
Uma codorna na terra
Iemanjá no mar
Banhando os corpos com as antigas religiões
Espumas flutuantes
Salgam o ar
A dislexia dos corpos desnutridos e obesos
Falta algo
O balé das algas
Bentônicas  e bentas sublimam
Numa canção verde rosa laranjada
Moranga de morada no oeste
Descende no horizonte

Finda-se mais um dia normal.

Ednilson Rogerio

domingo, 26 de julho de 2015

quando a poesia morreu em mim.

Pude ouvir o cantar entristecido da sabiá laranjeira na tarde de inverno
Não vi crianças brincarem de amarelinha nas ruas e calçadas
Senti meu peito ruminar letras em vão
Nenhuma canção embriagou meu coração
Anestesiado andei por vilas , bairros, cidades
Gastei o solado
Sem deixar nenhuma pegada
Conduzindo sua carruagem Apolo desapareceu no horizonte
As trevas eram rompidas pelos incontáveis postes


quinta-feira, 4 de junho de 2015

O EVOLUCIONISMO NA SOCIEDADE

 


Evolucionismo Social refere-se às teorias de desenvolvimento social segundo as quais acredita-se que as sociedades têm início num estado primitivo e gradualmente tornam-se mais civilizadas com o passar do tempo. Nesse contexto, o primitivo é associado com comportamento selvagem; enquanto a civilização é associada com a cultura européia do século XIX. Herbert Spencer (1820 – 1903) transplantou do campo biológico para o campo cultural, o modelo das tipologias e dos sistemas classificatórios, implementando a noção de diferenças entre os povos e as sociedades.
            Ao relacionarmos evolucionismo ao etnocentrismo, pode-se entender claramente os requisitos de que um povo haveria de ter para ser considerado evoluído. Um exemplo que deixa ainda mais explicita essa relação da evolução social esta presente no eurocentrismo; como quando os europeus chegaram no Brasil. O que encontraram foram seres nus e de hábitos muito diferentes dos seus. Ao ver índios andando pelados, por todo o lado e sem conhecimento de metal e outros portugueses os rotularam como primitivos. Enquanto na Europa já havia conhecimentos de ciências diversas, de políticas de capitalismo e outros, os índios viviam nus e em barracos feito de folha de bananeira. Para os portugueses, e não só eles, mas qualquer outro povo que tivesse vindo povoar o Brasil e o encontrasse como era o índio era incapaz por não tinha os seus conhecimentos.
            Não se pode dizer que os europeus tinham esse avanço cientifico porque são seres mais inteligentes ou algo do tipo, o que pode explicar é que naquela nação houve um impulso para que procurassem esses conhecimentos. A física pode dizer isso de outra maneira: “a matéria inanimada, destituída de movimento, energia e vida, permanece para sempre inanimada, a menos que seja impulsionada por uma força superior, externa, a que lhe de direção e organização”. Por isso ainda não se diz que índio na época era um povo burro, que não poderia ter tal conhecimento que os europeus tinham.
            Nesse caso do choque cultural Brasil-Portugal se vê claramente que a evolução era e ainda hoje é conhecida por muitos pelo conhecimento cientifico, ou então de capital.
            O fato de que os índios não sabiam escrever ou não tinham hábitos de andar vestidos não lhes fazem menor. Se compararmos o português e o índio e o submetermos cada uma sociedade do outro nenhum dos dois conseguira viver bem. O português sabe viver no seu país, com seus objetos e suas roupas para se proteger, mas se o colocarmos no ambiente do índio apenas com os instrumentos dos índios dificilmente ele se conseguiria sobreviver na mata. Do mesmo modo o índio na cidade do europeu não saberia como sobreviver, ele não saberia trabalhar, administrar sua vida em geral. Então se conclui que nenhum dos dois povos era mais civilizado ou menos civilizado, havia apenas uma adaptação de cada qual para a sua sociedade.
            Também hoje não se pode dizer que uma sociedade é mais evoluída que a outra pelo fato de ter mais conhecimento cientifico, ou mais capital. O termo de que a sociedade é desenvolvida envolve a todos os seus membros, quando na verdade não são todos que tem esse conhecimento que a faz evoluída. São membros que fazem parte dela que tem esse conhecimento e não ela toda. Boa parte da sociedade é submetida ao conhecimento, ela tem apenas o conhecimento pronto, muitos deles não são capazes nem ao menos de ministrar o conhecimento pronto.

            Cada país, cada sociedade sabe como viver no seu ambiente, mais especifico ainda, cada pessoa sabe viver com o que possui. Isso não implica que ela não possa aprender a viver com o que o outro tem ou é. O ser humano evolui a partir de sua necessidade.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Devaneio




Poderia ser um deus indiano
Quero repousar meu corpo na grama
Na lama 
Ser a mata virgem na margem do rio
Correr sem parar 
Subir na árvore mais alta da mata
Em busca da felicidade 
Mas basta-me abrir os olhos e sentir o corpo pulsar
Vivo
Sim a felicidade estava dentro mim o tempo todo 
Busca em todo o canto
O bater harmonioso coronário
A respiração leve pulmonar
Brisa vespertina a cair sobre meu corpo
O perfume tropical 
Cai então a chuva

deitei no sofá




essa paz que não quero pra mim
uma mente inquieta e descontente
esse mundo mudou
melhor dizer: um mundo inquieto
como minha mente
vi a vida passar
pela janela
nos programas televisivos
surtado
um abuso
a auto destruição do ser
fechar-se num mundo suicida
deixando o vento correr
sem impor algum desvio
mutilei minhas asas
vivendo no Paraíso
nada
nada
apeteceu-me
joguei tudo para o alto
a desgraça lambeu minha alma
sob a sombra frondosa da flamboyam
pude desviar os ventos
renasceram asas
e parti com ele.



sábado, 16 de maio de 2015

do ômega ao alfa.




Saquei minha arma, palavras.
Quem é seu maior inimigo? claro que é você mesmo!
Damos sentidos as coisas projetando nos outros.
Logo admitir que você é o assassino, o carrasco, a grande força do mal é bem indigesto.
A negação do ser para si mesmo é natural. Vivemos como os símios em comunidade, ou faz parte dela ou será excluído.
Deveras será submisso para fazer parte de uma tribo, real, virtual, até tornar-se um alfa.
Para isso engolirá muitos sapos, muitos deles ficarão entalados na garganta , arranhando e mordendo seu esôfago.
O dia que levantar sua espada e decapitar o alfa. Aí então a comunidade será sua!
Levantar a voz, munir-se de ideias subversivas da ordem imposta. Ao contrário disso, será apenas um alienado engolindo sapos , engasgando até a morte.