quarta-feira, 20 de maio de 2015

Devaneio




Poderia ser um deus indiano
Quero repousar meu corpo na grama
Na lama 
Ser a mata virgem na margem do rio
Correr sem parar 
Subir na árvore mais alta da mata
Em busca da felicidade 
Mas basta-me abrir os olhos e sentir o corpo pulsar
Vivo
Sim a felicidade estava dentro mim o tempo todo 
Busca em todo o canto
O bater harmonioso coronário
A respiração leve pulmonar
Brisa vespertina a cair sobre meu corpo
O perfume tropical 
Cai então a chuva

deitei no sofá




essa paz que não quero pra mim
uma mente inquieta e descontente
esse mundo mudou
melhor dizer: um mundo inquieto
como minha mente
vi a vida passar
pela janela
nos programas televisivos
surtado
um abuso
a auto destruição do ser
fechar-se num mundo suicida
deixando o vento correr
sem impor algum desvio
mutilei minhas asas
vivendo no Paraíso
nada
nada
apeteceu-me
joguei tudo para o alto
a desgraça lambeu minha alma
sob a sombra frondosa da flamboyam
pude desviar os ventos
renasceram asas
e parti com ele.



sábado, 16 de maio de 2015

do ômega ao alfa.




Saquei minha arma, palavras.
Quem é seu maior inimigo? claro que é você mesmo!
Damos sentidos as coisas projetando nos outros.
Logo admitir que você é o assassino, o carrasco, a grande força do mal é bem indigesto.
A negação do ser para si mesmo é natural. Vivemos como os símios em comunidade, ou faz parte dela ou será excluído.
Deveras será submisso para fazer parte de uma tribo, real, virtual, até tornar-se um alfa.
Para isso engolirá muitos sapos, muitos deles ficarão entalados na garganta , arranhando e mordendo seu esôfago.
O dia que levantar sua espada e decapitar o alfa. Aí então a comunidade será sua!
Levantar a voz, munir-se de ideias subversivas da ordem imposta. Ao contrário disso, será apenas um alienado engolindo sapos , engasgando até a morte.